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A passagem bíblica está no livro de Mateus 5 - 7
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Bem-Aventurança: Sermão do Monte
1. INTRODUÇÃOO objetivo deste estudo é relembrar as regras básicas do comportamento humano, trazidas por Jesus, no sentido de melhor auxiliar a elaboração de nosso pensamento e as conseqüentes ações que daí dimanam.
2. CONCEITO
Bem-Aventurança - Termo técnico para indicar uma forma literária que se encontra quer no Antigo quer no Novo Testamento. A Bem-Aventurança é uma declaração de bênção com base em uma virtude ou na boa sorte. A fórmula se inicia com "bem-aventurado aquele..." Com Jesus toma a forma de um paradoxo: a bem-aventurança não é proclamada em virtude de uma boa sorte, mas exatamente em virtude de uma má sorte: pobreza, fome, dor, perseguição. (Mackenzie, 1984)
Sermão do Monte - Também chamado Sermão da Montanha ou Sermão das Bem-Aventuranças, foi pronunciado por Jesus na fralda de um de um monte, em Cafarnaum, dirigindo-se a todas as pessoas que o seguiam. Nele Jesus faz uma síntese das leis morais que regem a humanidade. (Vários Autores, 2000)
3. ANTECEDENTES
As pregações de Jesus se davam nas proximidades de Cafarnaum. Numerosas pessoas o aguardavam para ouvir o seu verbo redentor. Entre elas estavam aqueles que seriam os seus seguidores, e que deveriam dar prosseguimento à divulgação da Sua boa-nova.
Depois de uma das suas pregações do novo reino, chamou os doze companheiros:
Pedro, André e Filipe eram filhos de Betsaida, de onde vinham igualmente Tiago e João, descendentes de Zebedeu. Levi, Tadeu e Tiago, filhos de Alfeu e sua esposa Cleofas, parenta de Maria, eram nazarenos e amavam a Jesus desde a infância. Tomé descendia de um antigo pescador de Dalmanuta e Bartolomeu nascera de uma família laboriosa de Cana da Galiléia. Simão, mais tarde denominado o Zelote, deixara a sua de Canaã para dedicar-se à pescaria, e somente um deles, Judas, destoava um pouco desse concerto, pois nascera em Iscariotes e se consagrava ao pequeno comércio em Cafarnaum, onde vendia peixes e quinquilharias. (Xavier, 1977, p. 38 e 39)
Característica dos apóstolos: eram os homens mais humildes e simples do lago de Genesaré.
4. O TEXTO EVANGÉLICO E SUA EXPLICAÇÃO
4.1. A FINALIDADE DE PREGAÇÃO
Era chegado o momento de fazer o sermão àqueles doze, o qual abrangesse todos os seus ensinamentos, um esclarecimento formal de sua mensagem, e que os apóstolos deveriam saber de cor.
Para isso, Ele os conduzira longe das multidões, para uma elevação rochosa, ali numa encosta da montanha, trecho isolado onde poderiam ficar a sós.
Depois que os discípulos se acomodaram, proclamou o mais conciso e ordenado sistema de uma filosofia universal. Ali se achava tudo o que alma necessitava saber a respeito de Deus, da criação e da vida quotidiana, tanto naquela época como nas vindouras. Foi ali que comunicou à humanidade inteira as oito regras básicas para todo o comportamento humano.
4.2. AS OITO REGRAS
1.ª) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
2.ª) Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
3.ª) Bem-aventurados aqueles que são brandos e pacíficos, porque herdarão a Terra.
4.ª) bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
5.ª) Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
6.ª) Bem-aventurados aqueles que têm puro o coração, porque verão a Deus.
7.ª) bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino dos céus é para eles.
8.ª) Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. (Mateus, 5, 1 a 12)
4.3. EXPLICANDO ALGUMAS DESSAS REGRAS
4.3.1. POBRE DE ESPÍRITO: O QUE É E O QUE NÃO É
Não é aquele que é pobre do ponto de vista material; não é aquele que se deprecia; não é aquele que é covarde; não é aquele que esconde seu talento.
É aquele que reconhece que é: carente na esfera do espírito; que não possui as riquezas e os dons espirituais; que depende de Deus.
Por pobres de espírito Jesus não entende os homens desprovidos de inteligência, mas os humildes: ele disse que o reino dos céus é deles e não dos orgulhosos. Os homens de ciência, compenetrados de si mesmos, elevam-se de tal maneira que acabam por negar a divindade; e os que admitem-na, contestam-lhe a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que só eles bastam para governá-lo. A negação divindade é muito mais fruto do orgulho do que da convicção: isto poderia fazê-los descer do pedestal em que se encontram.
"Em dizendo que o reino dos céus é para os simples, Jesus quer dizer que ninguém é nele admitido sem a simplicidade de coração e a humildade de espírito; que o ignorante que possui essas qualidades será preferido ao sábio que crê mais em si do que em Deus". (Kardec, 1984, p. 101 e 102)
4.3.2. CHORO COM VALOR E CHORO SEM VALOR
Chorar por si só não tem valor nenhum, por isso, muitos choram sem consolação. É o caso das constantes lástimas pelas perdas egoístas ou ambições frustradas, das lágrimas excessivas pelos entes queridos que partiram.
O choro com valor é aquele que evoca um arrependimento sincero ante o erro cometido, não só com relação ao próximo como com relação a Deus. Nesse sentido chorar é ter saúde espiritual.
4.3.3. MANSIDÃO É FORÇA DO ESPÍRITO
Ser manso não significava ser um covarde servil, mas um crente na bondade de Deus e na benignidade do universo, mesmo quando a alma vive imersa no sofrimento e não vê razão para isso. Essa regra exprimia a aceitação da vontade de Deus.
O mundo acha que o manso é covarde, vacilante, fraco. Mas, mansidão não é fraqueza é sim "força tornada gentil".
A Mansidão é uma atitude interna de quem é pobre de espírito e de quem chora. É o ponto de vista que a pessoa faz de si mesma, que se expressa da forma com que o cristão vê os outros.
4.3.4. MISERICÓRDIA É TER COMPAIXÃO DAS DORES DO PRÓXIMO
Sentido etimológico: "sentir a miséria do outro em meu coração". Quando nos vemos em posição de domínio ou superioridade sobre o outro, que havia transgredido contra nossa pessoa e nós nos recusamos em nos vingar.
Misericórdia é uma disposição da alma, de ser semelhante a Cristo ao encarar amigos, inimigos, desprezados, e pecadores. É uma manifestação da conduta. O misericordioso usa de bondade ao julgar os outros; procura o melhor, não o pior; é lento para condenar, rápido para recomendar.
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