"Como é agradável o lugar da tua habitação, Senhor dos Exércitos!(...) Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefito ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios." (Sl 84.1,10)
Quando eu era criança, ficava feliz da vida quando meus pais me levavam a uma fazenda de um amigo. Não via a hora de brincar com os animais, andar a cavalo, ir ao pomar e subir nas árvores para comer seus frutos. E o que dizer das noites estreladas ao redor do calor da fogueira e seus "causos"? Oh, vida boa! Hoje percebo que toda aquela regalia na verdade era só para nós que éramos visitantes. Para quem morava lá havia também o trabalho duro do dia-a-dia.
Quando leio este salmo percebo que muitas vezes agimos da mesma forma em nossa vida espiritual. Ou seja, muita gente só quer usufruir as bênçãos do Senhor e não está disposta a trabalhar para ele.
Em outras palavras, muitos amam o versículo 7 do texto lido hoje, mas ignoram o essencial: habitar no abrigo do Altíssimo. Há pessoas que desfrutam as bênçãos que o Senhor destina a todos, pois, como disse Jesus: "Ele faz raiar o seu sola sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos" (Mt 5.45b). Entretanto, não cultivam uma comunhão íntima e pessoal com Deus e por esta razão não conseguem a grande bênção do "decansar à sombra do Todo-Poderoso".
É bem provável que você já tenha ouvido alguém dizer que "nada é como a casa da gente!". É uma grande verdade. Você pode viajar pelo mundo todo, ser bem acolhido onde for, mas nada se comprar a uma noite de sono na sua cama, na sua casa.
E enquanto não fizermos em Deus a morada do nosso espírito e não entregarmos nosso coração nas mãos dele, não teremos o verdadeiro descanso. Seremos apenas visitantes, estrangeiros, peregrinos ou pior: "sacoleiros" que vão à presença de Deus apenas em busca de bênçãos momentâneas.
(texto de Reginaldo P. de Morais, Curitiba, PR)
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