Essa pergunta vem sendo feita constantemente pelo Banco Central Europeu aos bancos da Europa, em especial aos bancos espanhóis, ingleses e italianos. A última injeção de moeda nos ativos do Continente, divulgada há pouco dias, foi de 530 bilhões de euros. Com isso, desde o início de 2012, essa soma já ultrapassa 1trilhão de euros.

Ora, a intenção é clara: fugir da crise com o incentivo ao consumo por meio de créditos concedidos aos grandes, médios e pequenos investidores. É um “dinheirinho” a mais para movimentar a economia, evitar recessões e diminuir os riscos de calotes destes países, fortalecendo assim, o chamado aos investimentos que movem as metas de desenvolvimento.
Que globalização que nada! Na hora do aperto é cada um por si e vai ao espaço essa história de fomentar países para o desenvolvimento geral. Economias importantes não funcionam assim.
Imagine se você extrapolasse suas dívidas do mês e pudesse imprimir um dinheirinho legítimo para sair do aperto [...] Já pensou no efeito que isso poderia causar? Seu problema estaria resolvido e você desencadearia uma série de efeitos como, por exemplo, ter o dinheiro para comprar e não encontrar o objeto pretendido devido à procura ou até mesmo pela falta de mão-de-obra, pois, como você, todos praticariam a mesma ação. Queimar neurônios para quê? Melhor imprimir dinheiro do que usar de criatividade para combater uma crise que, verdade seja dita, se iniciou por práticas similares.
O impacto na economia mundial é gigantesco. Isso porque não se sabe como esse dinheiro vai ser usado pelos bancos. Sabe-se que 20% desse valor é usado para os chamados “colchões de segurança” – aquela engorda de reservas para garantir a vida financeira do banco – e o restante será usado em inúmeros negócios, nos quais os governos não têm como controlar muitos e garantir a verdadeira razão para essas injeções: a compra de dívidas públicas. É como você emprestar dinheiro para alguém comprar sua geladeira, mas ela continuará com você que ainda usufruirá daquilo que é abastecida. Com o agravante de que o dinheiro não existia, foi fabricado.
Isso para o Brasil é uma forte ameaça para nossa continuidade rumo ao desenvolvimento. Nosso Banco Central já se desdobra diariamente para comprar dólares no mercado e evitar a queda brusca da moeda em relação à nossa. Quem imaginou que precisaríamos agora dosar a entrada de investimentos estrangeiros para nos proteger? Quem imagina que o fortalecimento da nossa moeda pode nos levar a sérios problemas? São os paradoxos da economia. Imagine você fechar a compra em dólar de algo que custava 10 mil reais. Semanas depois, lhe chega o produto e agora você converterá apenas 8 mil reais para o pagamento. Aparentemente, um ótimo negócio para você. Mas, para o fornecedor significa prejuízo, falência, demissões. Com a diminuição da compra da matéria-prima desencadeará uma série de complicações no mercado.
Hoje, a soma de todos os Produtos Internos Brutos (PIB) no mundo representa cerca de 60 trilhões de dólares. Os ativos, investimentos e outros somam 170 trilhões de dólares. Ou seja, o dinheiro que circula no mundo é quase 300% a mais do que se pode garantir. Daí o perigo em aumentar a circulação de dinheiro dentro de um ambiente insuficiente. Isso precisa ser visto com mais responsabilidade comum e não com irresponsabilidade individual.
Com licença; preciso imprimir algumas notas para pagar o colégio do meu filho. O mês foi difícil…
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